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Lazarillo de Tormes

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La vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades

Capa da edição de Medina del Campo de 1554, impressa por Mateo e Francisco del Canto.
Autor(es) Anônimo
Idioma Espanhol
Gênero Novela picaresca
Lançamento 1554

Lazarillo de Tormes, originalmente intitulada La vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades é um romance espanhol anônimo, escrito em primeira pessoa e em estilo epistolar (como uma única e longa carta), cuja edição conhecida mais antiga data de 1554. A obra relata de um modo autobiográfico a vida de Lázaro de Tormes, no século XVI, do seu nascimento e da sua mísera infância até o seu matrimônio, já na idade adulta.

É considerada precursora da novela picaresca por elementos como o realismo, a narração em primeira pessoa, a estrutura itinerante entre vários amos e a ideologia moralizante e pessimista.

Lazarillo de Tormes é uma caricatura irônica e impiedosa da sociedade do momento, da qual mostra os seus vícios e atitudes hipócritas, sobretudo as dos clérigos e religiosos. Há diferentes hipóteses sobre a sua autoria. Provavelmente o autor fosse simpatizante das ideias erasmistas. Isto motivou que a Inquisição a proibisse e que, somente mais tarde, permitisse a sua publicação após ser expurgada. A obra não voltou a ser publicada integralmente até o século XIX.

Primeiras edições

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Conservam-se quatro primeiras edições diferentes da obra, as quatro de 1554, impressas respectivamente em Burgos, Antuérpia, Alcalá de Henares e Medina del Campo. As mais antigas parecem ser as de Burgos e de Medina.

Da edição de Antuérpia conservam-se sete exemplares diferentes, enquanto que somente há um de cada uma das outras três edições. O exemplar mais recentemente descoberto é o da edição de Medina del Campo, que apareceu em 1992 emparedado numa casa da localidade de Barcarrota (Badajoz, Espanha).

Porém, é provável que existisse uma edição mais antiga, de 1553 ou 1552.

Ed. príncipe de 1554 do Lazarillo de Tormes.

Historicamente foram postulados vários autores para o Lazarillo de Tormes. Em 1605 o frei José de Sigüenza da Ordem de São Jerônimo atribuiu a autoria desta obra ao também jerônimo frei Juan de Ortega:[1]

Dizem que sendo estudante em Salamanca, mancebo, como tinha um engenho tão galante e fresco, fez aquele livrinho que anda por aí, chamado Lazarillo de Tormes, mostrando num sujeito tão humilde a propriedade da língua castelhana e o decoro das pessoas que introduz com tão singular artifício e donaire, que merece ser lido pelos que tenham bom gosto. O indício disto foi ter encontrado o rascunho na cela, da sua própria mão escrito.
— F. José de Sigüenza, Historia de la Orden de San Jerónimo

À época em que foi publicado, Juan de Ortega era Geral dos Jerónimos, o qual explicaria que o livro aparecesse sem autor. A autoria de frei Juan de Ortega e a necessária discrição do anonimato pela sua condição de Geral da Ordem foi defendida com firmeza por Marcel Bataillon[2] .

Em 1607, no catálogo de escritores espanhóis Catalogus Clarorum Hispaniae scriptorum, redigido pelo flamengo Valerio Andrés Taxandro, afirma-se que Diego Hurtado de Mendoza "compôs (...) o livro de entretenimento chamado Lazarillo de Tormes". Outros autores do século XVII, bem como o Dicionário de Autoridades da Real Academia Espanhola (1726-1739), mencionam esta atribuição, que alcançou certa fortuna, sobretudo no século XIX. Em março de 2010 apareceu na imprensa que a paleógrafa Mercedes Agulló y Cobo descobriu nuns papéis de Diego Hurtado de Mendoza a frase "Un legajo de correcciones hechas para la impresión de Lazarillo e Propaladia", o qual a levou a escrever um livro postulando "uma hipótese séria sobre a autoria do Lazarillo, que fortalecida por outros fatos e circunstâncias aponta solidamente na direção de Dom Diego".[3]

No fim do século XIX um artigo do hispanista Alfred Morel-Fatio,[4] cuja proposta foi desenvolvida depois por Manuel J. Asensio,[5] relaciona ao autor de Lazarillo com o círculo erasmista dos irmãos Valdés. Esta hipótese atribui a obra a Juan de Valdés ou a seu irmão Alfonso. Esta última atribuição ganhou força em 2002 devido às pesquisas da professora Rosa Navarro Durán,[6] que se baseia sobretudo no cotejo da obra com os diálogos conhecidos de Alfonso de Valdés, o Diálogo de Mercurio y Carón e o Diálogo de las cosas acaecidas en Roma, A candidatura de Sebastián de Horozco —que José María Asensio y Toledo postulou no século XIX , editor do Cancionero[7] foi defendida em 1914 por Julio Cejador y Frauca na sua edição do Lazarillo,[8] apoyándose em uma passagem da obra deste autor em que aparece um moço de cego chamado Lazarillo. Foi retomada e defendida por Francisco Márquez Villanueva,[9] quem encontra importantes semelhanças de temas, ideias e vocabulário e afirma que "quase não há no Lazarillo um tema literário, um tópico, um pensamento, um recurso expressivo que não seja encontrado também em Horozco".

Também foram propostos como autores do Lazarillo o dramaturgo Lope de Rueda (por Fonger de Haan em 1903, alegando que foi, como o protagonista do romance, pregoeiro em Toledo em 1538, embora esta hipótese fosse recusada posteriormente),[10] Pedro de Rúa,[11] Hernán Núñez[12] e, mais recentemente, Francisco Cervantes de Salazar, defendida por José Luis Madrigal,[13][14] se bem que este investigador abandonou essa hipótese para passar em 2008 a defender a autoria de Juan Arce de Otálora, autor dos Coloquios de Palatino y Pinciano.[15] Pelo uso exaustivo da autobiografia fictícia, entre outras razões, Clark Colahan e Alfred Rodríguez acreditaram que o Lazarillo fora escrito pelo humanista conquense Juan Maldonado.[16] Outras atribuições recaíram em Alejo Venegas,[7] Bartolomé Torres Naharro (postulado por Alberto M. Forcadas), Gonzalo Pérez, secretário real de Carlos I (por Dalai Brenes Carrillo), e incluso Fernando de Rojas, o autor da Celestina, autoria defendida por Howard Mancing,[17] ou o célebre humanista espanhol Juan Luis Vives, proposta por Francisco Calero en 2006.[18]

Trata-se de um romance de autoformação, de estrutura aparentemente simples, mas na realidade muito complexa; é uma carta destinada a vossa mercê, tratamento que implica alguém com superior condição social, e é motivada por "o caso", fato do qual este ouviu falar, e cuja versão pessoal pede a Lázaro, parte implicada nele, explique ("relate o caso muito por extenso"). Assim, deve ser uma espécie de confissão e a personagem é um alto dignitário eclesiástico, talvez o Arcebispo de Toledo que ouviu os estranhos rumores que circulam sobre a estranha conduta sexual do Arcipreste de São Salvador, como chegamos a saber na fim do livro, segundo os quais este estaria amancebado com a mulher de Lázaro.

A originalidade do livro, contudo, cria um subgênero literário específico realista, a novela picaresca, mediante o recurso da paródia de narrações cavaleirescas idealizantes do Renascimento: às rimbombantes epopeias de gestas guerreiras e os livros de angélicos pastores e cortesãos enamorados é oposta uma epopeia da fome, que olha somente por baixo do pescoço e se preocupa apenas da subsistência, em linha com a tradição realista da literatura espanhola, revitalizada então pela Celestina e as suas continuações.

A temática do Lazarillo de Tormes é moral: uma crítica acerba, até mesmo uma denúncia, do falso senso da honra ("a negra que chamam honra") e da hipocrisia. A dignidade humana sai malparada da sombria visão que oferece o autor, niilista e anticlerical. A vida é dura e, tal e qual aconselha o cego a Lázaro na obra, "mais dá o duro que o despido"; cada qual busca o seu proveito sem pensar nos demais, pelo qual, como é dito a princípio da obra, arrimando-se aos bons "será um deles": isto é, para ser virtuoso se tem de fingir ser virtuoso, não sê-lo. Sem dúvida, trata-se da visão de um humanista desencantado, talvez judeu-converso e erasmiano, apesar de Marcel Bataillon negar o influxo direto de Erasmo na obra.

Como consequência, resultou a inclusão desta obra no Índice de livros proibidos da Inquisição, que finalmente permitiu uma versão expurgada das passagens anticlericais. O Lazarillo foi, para além disso, uma obra muito traduzida e imitada, e o seu influxo, profundo, marcou a literatura espanhola.

Edições em português

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Das edições em português, conhecem-se cinco[19]:

  • a primeira, de António Faria Barreiros, Lisboa, 1721;
  • a segunda, de António José Viale, 1838 (do francês, Deus de Misericórdia!);
  • a terceira, de José da Fonseca, Paris, 1838: Aventuras e Astúcias de Lazarilho de Tormes;
  • a quarta, e melhor, de Armindo Rodrigues, Lisboa, 1967: A Vida de Lazarilho de Tormes e das Suas Venturas e Adversidades;
  • a quinta, de Ricardo Alberty, Lisboa, 1971.
Iluminura do século XIV mostrando como um guia de cego furta a este o vinho mediante uma longa conversa. Nessa anedota folclórica pode ter sido inspirada uma passagem do Lazarillo.

O Lazarillo relaciona-se às seguintes obras:

  • O asno de ouro: o Lazarillo responde à estrutura do romance de costumes e aventuras, representada pelo romance de Lúcio Apuleio, que influiu tanto na organização da obra quanto na índole do protagonista - um servidor de muitos amos -, embora Lázaro não sofra metamorfoses, tal como o personagem de Apuleio.
  • Cuarto libro del esforzado caballero Reinaldos de Montalbán: esta obra, de 1542, era na realidade uma adaptação de Baldus ou Baldo (1521), poema do italiano Teófilo Folengo, que já apresentava a narração autobiográfica de um herói de baixa extração social e também a dupla formada pelo cego e seu guia. Mas tanto nessa obra quanto no Lazarillo subjaz o modelo de Apuleio.
  • Proceso de cartas de amores: deste romance sentimental de Juan de Segura (1548), o Lazarillo toma o modelo epistolar, que adquirira grande relevância no Humanismo.
  • Contos folclóricos:[20] atualmente, tende-se a não privilegiar em excesso as fontes orais como fundamento do Lazarillo e a levar em conta os textos escritos, principalmente quando se considera que o seu possível autor pode ter sido um homem letrado.
  • Confissões de Agostinho de Hipona: dessa obra, o Lazarillo toma a estrutura autobiográfica, sobretudo no início do livro.

Valor e transcendência

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O Lazarillo de Tormes é uma obra artística de primeira ordem; quer pela sua originalidade, o seu valor humano, a sua transcendência literária e cultural, o seu estilo (o castelhano equilibrado, preciso e oral que preconizava Juan de Valdés) e a sua linguagem: um castelhano clássico modelo, flexível e expressivo, sutilmente irônico, no qual abundam as geminações e no que não se impõem ao mesmo nível o provérbio e a cita culta.

Grande parte do material e inclusive das personagens são de origem folclórica e tradicional; inclui contos populares. A obra, porém, creia os seus próprios precedentes e contém, assim mesmo, uma variada panóplia de técnicas narrativas: a suspensão, da qual fará um inteligente uso Cervantes, ou a gradatio narrativa em ascensão para o anticlímax, como no caso do cego ou o clérigo de Maqueda.[21]

O uso da estrutura anular, que acaba concluindo com o que se inicia, faz do romance uma obra redonda; por outro lado é o primeiro romance polifônico da literatura espanhola: a personagem de Lázaro evolui, não é plano nem arquetípico: muda de um ingênuo para um cínico consumado, aprendendo das lições que a vida lhe dá. Assim, o final, longe de ser positivo, é vivido pela personagem como o melhor que lhe podia ter passado, levando em conta toda a trajetória vital precedente. A infidelidade da sua esposa, portanto, não é nada comparada com as vexações que já sofreu. Cada personagem plano, por outro lado, fica completamente individualizado e caracterizado sem maniqueísmo: a crueldade do cego, que não é absoluta; o idealismo sonhador e orgulhoso do escudeiro pobre, uma personagem aparentemente folclórica depois retomada por Cervantes; o diálogo entre consciências no qual se vislumbra a humana compreensão que depois será patrimônio quase exclusivo de Cervantes, no episódio do criado e do escudeiro; ou a avarícia, mesquindade e hipocrisia do clérigo.

O Lazarillo bosqueja os traços fundamentais de um gênero de ampla transcendência espanhola e europeia, a novela picaresca, que se configurará definitivamente com o Guzmán de Alfarache (1599) de Mateo Alemán, ainda mais moralizado e pessimista.

Continuações

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Segunda parte de Lazarillo de Tormes (anônima)

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Publicada pela primeira vez em Antuérpia em 1555, sem nome de autor. Nicolás Antonio cita a Cardoso para atribui-la a um tal frei Manuel de Oporto.

Teve escassa acolhida, pois em vez de manter a linha realista e picaresca do livro original, tornou a história de Lázaro numa fantasia alegórica, na que o protagonista se converte em atum, casa-se com uma atuna e tem filhos peixes, sustendo na Corte dos atuns todo tipo de guerras como chefe dos mesmos contra outros peixes. Possivelmente, o desconhecido autor, que talvez fosse um espanhol estabelecido em Flandres, quis aludir nestes episódios a personagens e circunstâncias da vida espanhola da época, mas a sátira teve pouco sucesso, e apenas foi reimpressa em Milão em 1587 e 1615, com o primeiro Lazarillo.

Outros Lazarillos

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Em 1617 Juan Cortés de Tolosa publicou o seu Lazarillo de Manzanares, que se parece mais ao Buscón de Francisco de Quevedo do que à obra da que toma o nome. O livro é de leitura pouco ágil por causa do grande número de anedotas intercaladas.

Em 1688 apareceu em Londres um The life and death of young Lazarillo , anônimo.

Em 1742 um Lazarillo de Badalona escrito em verso foi impresso em Barcelona.

Calixto Bustamante Carlos, mandou circular em 1773 um Lazarillo de ciegos caminantes que descreve os itinerários de Buenos Aires a Lima refletindo usos, costumes, vida social e trabalhos das cidades e zonas que percorre.

O Lazarillo del Duero (Lazarillo do Douro) de Joaquín del Barco, escrito em verso e aparece em 1898 para enaltecer a história de Zamora com intenção pedagógica.

O Lazarillo español de Ciro Bayo (1911) e as Nuevas andanzas y desventuras de Lazarillo de Tormes de Camilo José Cela fecham o capítulo de continuações modernas da obra.

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  • RICO, Francisco (ed. lit.), Lazarillo de Tormes, Madrid, Cátedra, 1998 (13 ed., primeira ed. de 1987). ISBN 84-376-0660-8.
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  • TARR, Frederick Courtney, «Literary and Artistic Unity in the Lazarillo de Tormes», Publications of the Modern Language Association of America, XLII, 1927, pp. 404–421.

Referências

  1. F. José de Sigüenza, Historia de la Orden de San Jerónimo, II (Nueva Biblioteca de Autores Españoles, XII), Madrid, 1909, pág. 145. Citado em Rico, "Introdução" à sua ed. de 1998, pág. 34.
  2. O hispanista francês defendeu a autoria de frei Juan de Ortega em Marcel Bataillon, El sentido del "Lazarillo de Tormes", Paris, 1954, pp. 8-14, bem como na sua edição francesa do Lazarillo (Paris, 1958), pp. 14-16. Citado pela "Introdução" à ed. de 1987 de F. Rico (Madrid, Cátedra), pp. 34-35 e n. 9
  3. "O Lazarillo não é anônimo", www.elcultural.es, 5 de março de 2010. [Consultado o 5-3-2010].
  4. A. Morel-Fatio, "Recherches sur Lazarillo de Tormes", Études sur l'Espagne , Paris, 1888, págs. 112-170. Citado em Rico (ed. lit. cit.), 1998, p. 38.
  5. Manuel J. Asensio, "A intenção religiosa do Lazarillo de Tormes e Juan de Valdés", em Hispanic Review, XXVII, 1959, pp. 78-102.
  6. Rosa Navarro Durán postulou a autoria de Alfonso de Valdés em 2002 em dois artigos aparecidos na revista Ínsula ("De cómo Lázaro de Tormes tal vez no escribió el prólogo a su obra ", n.vos 661-662, janeiro-fevereiro de 2002, págs. 10-12; e " Sobre la fecha y el autor de la Vida de Lazarillo de Tormes", número 666, junho de 2002, pp. 7-13) e em "Lazarillo de Tormes" de Alfonso de Valdés, Salamanca, Seminario de Estudios Medievales y Renacentistas, 2002. ISBN 84-932346-5-6. Ver também o restante de bibliografia citada de Rosa Navarro Durán.
  7. a b Aldo Ruffinatto (ed. lit.), Introducción crítica à sua ed. de La vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades, Madrid, Castália (Clássicos Castália), 2001, pp. 7-87. ISBN 978-84-9740-000-8. Cfr. esp. pp. 31-32.
  8. Julio Cejador y Frauca, La vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades, Madrid, Clásicos Castellanos(La Lectura), 1914.
  9. Márquez Villanueva, Francisco, "Sebastián de Horozco e Lazarillo de Tormes", em Revista de Filología Española, XLI, 1957, págs. 253-339. Citado em Alborg, 1997, pág. 775.
  10. Fonger de Haan, An Outline of the History of the "Novela Picaresca" in Spain, Nova York, 1903. Apud F. Rico, "Introdução" à ed. cit., 19871, pág. 40.
  11. Proposta apenas insinuada por Arturo Marasso em " La elaboración del Lazarillo de Tormes», Boletín de la Academia Argentina de Letras, n.º 36, 1941, pp. 597-616; e «Aspectos del Lazarillo de Tormes», La Nación, Buenos Aires, 7 de setembro de 1952; ambos os artigos recolhidos em Estudos de literatura castellana, Buenos Aires, 1955. Cfr. F. Rico, "Introdução" à ed. cit., pág. 43.
  12. Postulado por Aristide Rumeau em Le "Lazarillo de Tormes". Essai d'interpretation, essai d'attribution, Paris, 1964. Cfr. F. Rico, "Introdução" à ed. cit., 19871, pp. 43-44.
  13. José Luis Madrigal, "Cervantes de Salazar, autor do Lazarillo", Artifara, n.º 2, janeiro-junho de 2003), seção Addenda, ISSN 1594-378X.
  14. Tulio Demicheli, "Francisco Rico: "O Lazarillo está assinada, e bem assinada, por... "Lázaro de Tormes""", ABC, 8 de dezembro de 2002.
  15. Cfr. José Luis Madrigal, «Notas sobre la autoría del Lazarillo», Lemir n.º 12, 2008, pp. 137-236. ISSN 1579-735X y «Anonimato y autoría en la era digital» Arquivado em 26 de dezembro de 2010, no Wayback Machine., FronteraD. Revista digital, 18 de março de 2010. [Consulta: 20-3-2010]
  16. Clark Colahan e Alfred Rodríguez, «Juan Maldonado and Lazarillo de Tormes», Bulletin of Hispanic Studies, LXXII, 3, 1995, pp. 289-311. Cfr. Emilio Martínez Mata et. al., Bibliografía en resúmenes de la literatura española: (artículos), 1995, Universidade de Oviedo, 2000, pág. 54. ISBN 978-84-8317-164-6, com resenha do artigo de Colahan y Rodríguez de 1995 que propôs esta autoria.
  17. Marco Antonio Ramírez López, «Fortunas y adversidades de la autoría del Lazarillo de Tormes y la postura de Rosa Navarro Durán» Arquivado em 11 de novembro de 2011, no Wayback Machine., Signos Literarios, n.º 4, julho-dezembro de 2006, Universidade Autónoma Metropolitana–Iztapalapa, México D. F., págs. 9-43. ISSN 1870-4050.
  18. Francisco Calero, Juan Luis Vives, autor del Lazarillo de Tormes, València, Ajuntament de València, 2006, ISBN 84-8484-172-3. Reseña.
  19. Revista COLÓQUIO/Letras n.º 6. Março de 1972, pág. 35.
  20. A dívida do Lazarillo com a literatura folclórica foi postulada pela primeira vez por Raymond Foulché-Delbosc em "Remarques sur Lazarillo de Tormes", Révue Hispanique, VII, 1900, pp. 81-97.
  21. O primeiro a assinalar a intrínseca unidade do Lazarillo foi Frederick Courtney Tarr em 1927 com o seu artigo "Literary and Artistic Unity in the Lazarillo de Tormes " (PMLA, XLII, pp. 404-421).
  • (em castelhano) La vida de Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades Alicante, Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2004, ed. digital em formato html baseada nas de Burgos, Juan de Junta, 1554; Alcalá de Henares, Salzedo, 1554; Antuérpia, Martín Nucio, 1554 e Medina del Campo, Mateus e Francisco del Canto, 1554; e cotejada com as eds. críticas de Alberto Blecua (Madrid, Castália, 1972), José M. Caso González (Madrid, BRAE 1967, Anejo XVII) e Francisco Rico (Madrid, Cátedra, 1987).
  • (em português) Aventuras maravilhosas de Lazarilho de Tormes, na Biblioteca Nacional de Portugal
  • (em português) Lazarilho de Tormes. Edição bilíngue, com o texto de Medina del Campo, 1554. Organização de Mario M. González e Tradução de Heloísa Costa Milton e Antonio R. Esteves (São Paulo, Ed. 34, 2005).